Registramos aqui
a homenagem da Secretaria Municipal de Cultura a todos os amigos poetas,
amadores e entusiastas da poesia.
Queremos nos reportar especialmente
aos poetas ipuenses. Surge uma poesia linda a cada instante, em cada
sentimento, uma só frase ou um só verso nos faz voar no tempo. Cada verso na
poesia desperta e ilumina o dia.
Existem
três tipos de poesias: as existenciais, que retratam as experiências da vida,
as angústias, a morte, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções
do autor e a social, trazendo como temática principal as questões sociais e
políticas.
A
poesia ganhou um dia específico, sendo este criado em homenagem ao poeta
brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu
nascimento, 14 de março.
Abaixo, alguns versos de poetas
ipuenses, que demonstram essa forma de expressar e transmitir emoções e
sentimentos.
OCASO DA VIDA
Vida.
O
que é vida?
Difícil
descrever...
Tudo
é mistério...
Às
vezes uma manhã clara,
ensolarada
que logo escurece
Depois
vem a cinza, o lilás.
É
como a chama que fenece
ilusão
e nada mais
Vida
é como se fosse um buquê de rosas...
Infância,
Botões
entreabertos, jasmins
inocência...
Mocidade
fase
de sonhos vivida
Rosas
vermelhas, verbenas
e
a terna margarida;
cravos
multicores, buquê colorido;
Perfume
embriagador
grande
esperança
promessas
de amor...
Depois...
Vem
o ocaso da vida...
Lembranças,
recordações,
Pétalas
caídas
chega
a realidade
vão-se
as rosas
espalha-se
o perfume
Do
buquê restam os espinhos
e
uma rosa muito viva
Que
nós chamamos SAUDADE...
(Nainha Martins)
ERA UMA VEZ UMA ESTRELA
Uma
estrelinha
Um
dia ela se vestiu de vermelho e branco
Seu
brilho e sua beleza começaram
A
se espalhar rapidamente.
Era
um novo coração que começava a sentir
A
cada nova sensação, seu brilho aumentava.
E
mais o céu enchia-se com sua magia
Seu
encantamento era capaz de
Deixar
as pessoas sensíveis.
Era
uma sensibilidade de uma mulher escondida,
Atrás
de dois pequenos,
Olhos
castanhos.
Uma
vontade louca de viver.
Viver
com alegria típica
De
quem acredita na vida, de quem é realmente sensível.
Não
sabe ao certo quanto tempo
A
magia da estrela ficou escondida,
Sabe-se
que hoje a estrelinha brilha, brinca e encanta.
Seus
olhos mais do que nunca espalham magia,
E
cativam as pessoas sensíveis,
Sensíveis
com ela.
Pessoas
que acreditam no amor,
E
aí se entendeu o segredo da magia da estrelinha
O
amor precisa brotar.
Hoje
o seu brilho entre os olhos de quem a vê,
E
quem não consegue perceber,
Simplesmente
se encanta.
Amor.
O
encantamento mágico
Da
estrelinha...
(Professor Mello)
A ÍNDIA IRACEMA
Na serra da Ibiapaba
A natureza esculpiu
A mais bela das selvagens
O vento disse que viu
A lua não quis olhar
Pra não perder seu encanto
A chuva ao quis molhar
Para não secar seu pranto
A luz que é curiosa
Olhou para ela e sorriu
O tempo parou encantado
A montanha se partiu
Os pássaros fizeram festa
A mata escureceu
E da fenda da montanha
Uma cascata nasceu
Banhando seu corpo nu
Assim a virgem cresceu
E nos campos do Ipu
Esta história floresceu
Uma declaração de amor
Tirada do esplendor
Um
conto que comoveu
E para escrever em prosa
No Meu Ceará
surgiu
Foi José de Alencar
Que do império emergiu
E da Língua Portuguesa
Nos libertou com nobreza
Deu língua ao nosso Brasil
Foi escritor indianista
Poeta bem renomado
Sua caneta escrevia
Mesmo num simples recado
O rastro da poesia
Como se fosse um bordado
E assim se inicia
Esta lenda verdadeira
De um romancista famoso
Que levou nossa bandeira
E no mastro da cultura
Da nosso Literatura
Trêmula sendo a primeira
Muito além daquela serra
Azulada no horizonte
Ali nasceu Iracema
Era lindo seu semblante
Os seus lábios eram de mel
Disse então o menestrel
No seu poema elegante
Seus cabelos eram negros
Como a asa da graúna
Doce era teu sorriso
Mas uma tristeza profunda
Certo dia lhe abateu
Tirou-lhe do apogeu
Plantou-lhe na Cova funda
E nos campos do Ipu
Iracema era princesa
Tinha seu corpo pintado
Pelas mãos da natureza
Toda sua maquiagem
A tornava uma imagem
Com um padrão de beleza
Esta índia era morena
E virgem como a neblina
Que em todas as manhãs
Vem orvalhar a campina
Uma perfeita escultura
Uma bela formosura
Coberta de purpurina
Certo dia se encontrava
Galanteando a floresta
Escoltada pelos pássaros
Como se fosse uma vesta
Esse foi então descansar
Sobre a relva adormeceu
Jamais pode imaginar
Que o amor floresceu
Nem mesmo pode sonhar
Tudo o que aconteceu
Um rumor quebra o silencia
Daquela doce harmonia
A virgem ergue seus olhos
Um vulto se irradia
Em sua frente estava
Um sujeito ostentava
A sua fisionomia
Era então guerreiro branco
Nosso colonizador
Por pura coincidência
Encontrou o seu amor
É a mais bela união
Do romance brasileiro
É a paixão passeando
Entre mata e tabuleiro é o bem que
Vence o mal
É uma obra imortal
É um amor verdadeiro.
( Anastácio Pedro de Melo Lima)
A dor da saudade
Sinto saudades de coisas que vivi
De algumas que deixei passar
E que insistem em me consumir
Até me fazem chorar ...
Leio e releio estes versos que escrevi
Sinto saudade de certo momento
Tento das lembranças fugir
Mas a saudade é um forte sentimento
Chega a doer tanta saudade
Que não sei
como deter
É grande a intensidade
O que fazer para a dor vencer ?
A saudade aperta o coração
Quando ouço uma música, revejo retratos
Tento mas não tenho explicação
Tudo traz de volta o passado
Meu coração inquieto sabe o que é
Saudade é perda, dorida sensação
Recordação, ausência, chega a ser cruel até
É abismo em forma de solidão
( Grace Farias )
Secretaria
Municipal de Cultura
Site: www.secultipu.com